A FAPERJ e o Departamento Cultural da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro apresentam a Exposição

Pente de Cabelo

Giuslane Francisca da Silva

Secretaria de Educação do Governo do Estado de Mato Grosso

O pente é um daqueles objetos de uso diário, que dificilmente paramos para pensar em sua origem: onde? Quando? Por quem? São questões que raramente nos fazemos quando se trata de objetos como o acima citado. Muito mais do que um objeto para a higiene, o pente compôs em alguns períodos, parte importante da indumentária. Vejamos. O termo “pente”, deriva de uma palavra latina- “pecten”. Contudo, nada tinha a ver com o sentido que empregamos atualmente. Isso em decorrência do fato de que pecten, era o nome dado a uma espécie de molusco marinho que tinha uma concha com saliências semelhantes aos dentes dos pentes atuais. Para tanto, nossos ancestrais faziam uso dessas conchas na tentativa de alisar os cabelos (A ORIGEM DO, s/d). Foi por volta de 2300 a. C, que os babilônios a partir de espinhos de plantas, desenvolveram um objeto que se assemelhava aos pentes da atualidade. Mais tarde, passaram a empregar madeira e ossos de animais na confecção. Contudo, foi no Egito antigo que o pente se tornou um objeto muito apreciado e valorizado, sendo considerado inclusive, como um artigo de luxo. Muitos deles eram cobertos por ouro e pedras preciosas.

Embora tenha sido os egípcios a demonstrarem maior interesse quanto ao uso do pente, foram os romanos os responsáveis pelo desenvolvimento do formato do objeto em questão, mais parecido com o que conhecemos atualmente. Investiram, portanto na redução, de forma que coubesse até no bolso para ser usado nos intervalos das lutas. Serviam também como uma espécie de suporte para os complexos penteados femininos da sociedade romana (A HISTÓRIA DOS, s/d). Já na Idade Média diversos materiais passaram a ser empregados na confecção de pentes, tais como marfim, metal e até mesmo chumbo, empregado com o intuito de escurecer cor dos cabelos ruivos. É importante lembrar que naquela época, pessoas ruivas não eram bem vistas pela sociedade (RODRIGUES, 2013).

Luiz XIV, o Rei Sol, inovou ao encomendar pentes de ouro, prata e pedras preciosas para segurar seus extravagantes penteados. Finalidade semelhante tinha o objeto durante o reinado de Elizabeth I. Era muito comum que mulheres espanholas e de algumas regiões da América Latina, usassem as “peinetas”, presilhas pente feitas com casco de tartaruga, para complementar um coque que poderia ainda, sustentar um véu de renda, conhecido como “mantilla” (WEBER, s/d). Com o passar do tempo, as presilhas pente foram ganhando versões mais simples e baratas também. Já no século XIX, pentes ornamentados com pedras preciosas constituía-se em enfeites para as mulheres das elites no Brasil, no período joanino (RAINHO, 2018).

Nesse sentido, artigo criado há milhares de anos, o pente se constitui em um artigo importante para a higiene pessoal. Como foi possível perceber, além dos usos para a higiene, em alguns períodos, os pentes também se constituíram como peças essenciais às indumentárias, sobretudo nas categorias elitizadas. Para tanto, eram enfeitados com pedras preciosas e/ou ouro, de forma que se transformava também em mecanismo de distinção social.

Referências bibliográficas

A ORIGEM DO. A origem das coisas, s/p, s/d. Disponível em: < https://origemdascoisas.com/a-origem-do-pente/> Acesso em: 20 de fev. de 2022.

A HISTÓRIA DOS. Pura Beleza, s/d. Disponível em: <https://www.salaopurabeleza.com.br/single-post/2017/07/14/a-hist%C3%B3ria-dos- cabelos> Acesso em: 24 de fev.de 2022.

RAINHO, Maria do Carmo Teixeira. Indumentária colonial. O Arquivo Nacional e a História Luso-Brasileira, 2018. Disponível em: < http://historialuso.an.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5101&Itemid=362> Acesso em: 22 de fev. de 2022.

RODRIGUES, Mika. A origem do pente, s/p, 2013. Disponível em: < https://obarbeiro.com.br/entretenimento/a-origem-do-pente/> Acesso em: 20 de fev. de 2022. WEBER, Fernanda. História: presilha pente. Baldulakit. Disponível em:<https://badulakit.wordpress.com/2013/09/24/historia-presilha-pente/> 20 de fev. de 2022.